“Terror Mortal” (manjado título
nacional escolhido para o original “Deadly Strangers”) é um thriller inglês de
1975 que era exibido na televisão nas madrugadas da TV Globo, na sessão “Corujão”.
Dirigido por Sidney Hayers, a história
mostra a fuga de um paciente de um hospital psiquiátrico numa cidade no
interior da Inglaterra, aproveitando uma oportunidade de distração no
atendimento de uma enfermeira. A polícia então logo inicia o processo de
procura do fugitivo louco e informa a ocorrência na região, alertando para a
ameaça de segurança e o perigo mortal que representa o paciente do hospício
solto nas ruas.
Enquanto isso, uma bela jovem, Belle
Adams (Harley Mills), está numa lanchonete de estrada tentando conseguir carona
para pegar um trem numa estação ferroviária próxima. Depois de um incidente desagradável
com o motorista do caminhão que decidiu levá-la inicialmente, ela aceita depois
o convite de carona no carro de Stephen Slade (Simon Ward), um misterioso vendedor
que passa a maior parte do tempo viajando, e que exagera no consumo de bebida
alcoólica e demonstra um comportamento estranho de “voyeur”. E as coisas se
complicam bastante após um confronto indesejado com dois motoqueiros
arruaceiros na estrada e a presença de um psicopata assassino nas redondezas.
“Terror Mortal” é uma produção de baixo
orçamento nitidamente datada dos anos 70 do século passado, um thriller com
elementos de “road movie” que apesar dos inevitáveis clichês até consegue
manter uma relativa atenção nas ações do casal recém formado, as constantes
fugas pelas estradas do campos ingleses, a ameaça do fugitivo do asilo de
loucos e a dúvida de sua identidade, a
tradicional incompetência da polícia, que nunca consegue impedir os
assassinatos e sempre está atrasada nas investigações, além de uma interessante
reviravolta no desfecho. O filme tem uma história simples, mas eficiente, sem
barulheira, tiroteios e ação desenfreada que mais cansam do que instigam. Ao
contrário, o roteiro aposta em suspense sutil e insinuações que presenteiam o
espectador com uma diversão rápida e a nostalgia da década de 1970.
Tanto Hayley Mills quanto Simon Ward
eram atores bastante conceituados na época e suas performances são convincentes
e de grande valor para o filme, cuja história simples poderia transformá-lo
apenas em outro exemplo descartável do estilo. E curiosamente, o veterano ator
americano Sterling Hayden (1916 / 1986) teve uma participação pequena como um excêntrico
galanteador que também oferece carona para a mocinha.
(Juvenatrix – 20/10/17)
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