“No primeiro contato que
tive com o tabuleiro Ouija, conhecido nos tempos antigos como a tábua da bruxa,
julguei que fosse só um brinquedo, um desses jogos que fingia invocar os
espíritos dos mortos. Eu estava mortalmente errado. A tábua Ouija é um portal
para o outro mundo, que chama tanto bons como maus espíritos. Foi azar chamar o
espírito de Nagor e seu culto de fertilidade. Meu nome é Francis Redmond e
estou atualmente morto.”
Essa é a introdução de
“Possessão” (Witchboard III – The Possession, 1995), lançado no Brasil em vídeo
VHS pela “Canyon International”, sendo o terceiro filme de uma franquia que ainda
conta com “Espírito Assassino” (Witchboard, 1986), lançado em VHS por aqui pela
“Look”, e “Entrada Para o Inferno” (Witchboard 2: The Devil´s Doorway, 1993),
em VHS pela “Mundial”. Como cada filme foi lançado por uma distribuidora
diferente, termos uma imensa confusão de títulos nacionais, dificultando ainda
mais o árduo trabalho de pesquisa e catalogação dos colecionadores.
Dirigido por Peter Svatek e
com Kevin S. Tenney como um dos roteiristas (ele foi o diretor dos dois
primeiros filmes da série), a história clichê é sobre a manjada tábua Ouija, já
explorada à exaustão no cinema, um artefato mágico que permite a comunicação
com os mortos.
A bela Julie (Locky Lambert)
é casada com Brian (David Nerman), um corretor de ações que está desempregado e
com dificuldades para encontrar uma recolocação no mercado. Eles moram de
aluguel num apartamento cujo prédio é de propriedade do misterioso Francis
Redmond (Cedric Smith), um senhor idoso solitário que coleciona objetos antigos
de bruxaria e ocultismo, incluindo um tabuleiro Ouija. Ele logo convida Brian
para participar de uma sessão com a “tábua da bruxa” (“Witchboard”, do título
original da franquia), mostrando como incentivo o fato de ter enriquecido no
mercado de ações com informações privilegiadas obtidas através de um espírito.
Porém, o contato com os
mortos trouxe graves conseqüências para a vida de Brian, relacionadas com o
nome do filme, trazendo para o nosso mundo o espírito de um demônio à procura
de uma mulher fértil que pudesse gerar seu filho. A esposa Julie percebe as
mudanças estranhas no comportamento de Brian, que inclui brincadeiras
desagradáveis com uma amiga dela, a igualmente bela Lisa (Donna Sarrasin), e
tenta descobrir a verdade para salvar o espírito atormentado do marido, preso
em outra dimensão.
“Possessão” é apenas mais um
filme comum e arrastado utilizando o tema da tábua Ouija, e que com a simples
menção de seu nome já se imagina o roteiro clichê. Um espírito maligno é
invocado, se apossa do corpo de um homem, e temos um demônio na Terra para
colocar em prática seu plano de reprodução. Nada mais óbvio e desgastante. O
filme é datado dos anos 90, com efeitos especiais toscos e típicos dos filmes
bagaceiros daquele período. Talvez o espectador até consiga obter alguma
diversão rápida, não com a história patética, mas nos momentos de aparição do
demônio em sua forma real. No mais, trata-se apenas de outro filme que nasceu
para se perder no limbo.
(Juvenatrix – 22/10/17)
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