domingo, 22 de outubro de 2017

Possessão (Witchboard III - The Possession, EUA / Canadá, 1995)


“No primeiro contato que tive com o tabuleiro Ouija, conhecido nos tempos antigos como a tábua da bruxa, julguei que fosse só um brinquedo, um desses jogos que fingia invocar os espíritos dos mortos. Eu estava mortalmente errado. A tábua Ouija é um portal para o outro mundo, que chama tanto bons como maus espíritos. Foi azar chamar o espírito de Nagor e seu culto de fertilidade. Meu nome é Francis Redmond e estou atualmente morto.”

Essa é a introdução de “Possessão” (Witchboard III – The Possession, 1995), lançado no Brasil em vídeo VHS pela “Canyon International”, sendo o terceiro filme de uma franquia que ainda conta com “Espírito Assassino” (Witchboard, 1986), lançado em VHS por aqui pela “Look”, e “Entrada Para o Inferno” (Witchboard 2: The Devil´s Doorway, 1993), em VHS pela “Mundial”. Como cada filme foi lançado por uma distribuidora diferente, termos uma imensa confusão de títulos nacionais, dificultando ainda mais o árduo trabalho de pesquisa e catalogação dos colecionadores.
Dirigido por Peter Svatek e com Kevin S. Tenney como um dos roteiristas (ele foi o diretor dos dois primeiros filmes da série), a história clichê é sobre a manjada tábua Ouija, já explorada à exaustão no cinema, um artefato mágico que permite a comunicação com os mortos.
A bela Julie (Locky Lambert) é casada com Brian (David Nerman), um corretor de ações que está desempregado e com dificuldades para encontrar uma recolocação no mercado. Eles moram de aluguel num apartamento cujo prédio é de propriedade do misterioso Francis Redmond (Cedric Smith), um senhor idoso solitário que coleciona objetos antigos de bruxaria e ocultismo, incluindo um tabuleiro Ouija. Ele logo convida Brian para participar de uma sessão com a “tábua da bruxa” (“Witchboard”, do título original da franquia), mostrando como incentivo o fato de ter enriquecido no mercado de ações com informações privilegiadas obtidas através de um espírito.
Porém, o contato com os mortos trouxe graves conseqüências para a vida de Brian, relacionadas com o nome do filme, trazendo para o nosso mundo o espírito de um demônio à procura de uma mulher fértil que pudesse gerar seu filho. A esposa Julie percebe as mudanças estranhas no comportamento de Brian, que inclui brincadeiras desagradáveis com uma amiga dela, a igualmente bela Lisa (Donna Sarrasin), e tenta descobrir a verdade para salvar o espírito atormentado do marido, preso em outra dimensão.
“Possessão” é apenas mais um filme comum e arrastado utilizando o tema da tábua Ouija, e que com a simples menção de seu nome já se imagina o roteiro clichê. Um espírito maligno é invocado, se apossa do corpo de um homem, e temos um demônio na Terra para colocar em prática seu plano de reprodução. Nada mais óbvio e desgastante. O filme é datado dos anos 90, com efeitos especiais toscos e típicos dos filmes bagaceiros daquele período. Talvez o espectador até consiga obter alguma diversão rápida, não com a história patética, mas nos momentos de aparição do demônio em sua forma real. No mais, trata-se apenas de outro filme que nasceu para se perder no limbo.
(Juvenatrix – 22/10/17)

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