Lançado em fita VHS no
Brasil pela “Century Video”, “As Condenadas” é um filme italiano de 1977 que
tem o sonoro título internacional “The Gestapo´s Last Orgy”, tradução literal
em inglês do original “L´ultima Orgia Del III Reich”. É um obscuro
“nazisploitation” repleto de sadismo e violência contra mulheres judias num
campo de concentração alemão na Segunda Guerra Mundial, um local especial para
receber as prisioneiras com o intuito de entreter os oficiais e soldados
nazistas.Com direção de Cesare
Canevari (1927 / 2012), a história apresenta uma bela e jovem mulher, Lisa Cohen
(Daniela Poggi, creditada como Daniela Levy), que se encontra com o antigo
amante num campo de concentração abandonado em ruínas, após o fim da Segunda
Guerra Mundial. Ele era o líder do presídio, Comandante Conrad von Starker
(Adriano Micantroni, creditado como Marc Loud), que dirigia o lugar com
crueldade, sendo responsável por torturá-la até que se tornasse sua amante.
Primeiramente, como ela
sentia-se culpada pela morte dos pais, perdeu o interesse pela vida e reagia
com frieza e sem emoções diante das torturas físicas e psicológicas. Depois,
recuperou o desejo de viver e cedeu às imposições do comandante alemão. Porém,
depois de engravidar e ver o destino terrível de seu filho com sangue judeu, Lisa
espera o fim da guerra para reencontrar seu algoz, reviver o passado tenebroso
e terminar o pesadelo.
“Vou destruir seu corpo e
sua mente. E o único modo, o único de temer a morte, é ficando viva. E quando
aquele momento, só quando aquele momento chegar, você morrerá.” – Comandante
Conrad von Starker
O filme fez parte da lista
de “vídeos nasty” por causa do conteúdo violento, sendo banido na Inglaterra,
tanto que essa informação está estampada num dos cartazes originais, como forma
de chamar a atenção do público. O fato pode ser explicado pelas inúmeras cenas
perturbadoras de horror bizarro e violência contras as mulheres prisioneiras.
Elas são espancadas e utilizadas como escravas sexuais para os soldados alemães
estressados com os conflitos nos campos de batalha, e para satisfazer os sádicos
oficiais que sentem prazer em infligir castigos dolorosos.
Entre as bizarrices
incompatíveis com qualquer senso de racionalidade, temos uma mulher oferecida
viva como alimento para cães raivosos, atos de coprofagia, estupros coletivos,
execuções em câmera de gás e reservatório de ácido, mulheres penduradas de
cabeça para baixo próximas de ratos famintos aguardando a refeição. Ou, podendo
servir como um ápice para esse conjunto de atrocidades, uma mulher é embriagada
e depois queimada no meio de um jantar de gala dos oficiais, onde o prato
principal é carne humana de judeus executados e bebês recém-nascidos.
A violência apresentada nem
é tão gráfica, existindo uma infinidade de outros filmes mais extremos e
sangrentos. Porém, o que o aproxima de ser considerado perturbador são as
várias cenas de conteúdo transgressor e que chocam pela crueldade.
Curiosamente, “As
Condenadas” também possui outro título original igualmente estranho e incomum,
“Calígula Reincarnated as Hitler”, numa referência ao cruel tirano e imperador romano
Calígula, retornando dos mortos e reencarnando no ditador alemão Adolf Hitler.
“Quando o super-homem deseja
se divertir, ele deve fazê-lo com o preço da vida dos outros.” – introdução do
filme – palavras de Friedrich Niezsche (1844 / 1900), filósofo e poeta alemão
conhecido pelos textos recheados de metáforas, ironias e aforismo.
(Juvenatrix – 03/08/17)
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