“Latidos de Pánico”
(“latidos” em espanhol significa “batimentos cardíacos”) é um filme de horror “exploitation”
de 1983, também conhecido pelo título em inglês “Panic Beats”. Foi dirigido e
escrito pelo multifuncional Paul Naschy, que é o pseudônimo de Jacinto Molina
Álvarez (1934 / 2009). Ele também é o ator principal e é considerado um nome
cultuado no mundo do cinema de horror bagaceiro, com grande quantidade de
créditos em sua vasta carreira.
Continuação da tranqueira
divertida “El Espanto Surge de la Tumba” (1973), o roteiro volta a mencionar o
temível Alaric de Marnac (Paul Naschy), um cavaleiro medieval com armadura que
matou violentamente sua esposa por infidelidade (vista numa introdução de forte
impacto de violência), além de ser conhecido por vários crimes hediondos,
prática de bruxaria e por beber sangue humano. Segundo uma lenda, ele voltaria
do mundo dos mortos a cada 100 anos para se vingar das mulheres da família
Marnac.
Saltando no tempo para os
dias atuais (década de 80 do século passado pela produção do filme), num
pequeno vilarejo rural francês, próximo de Paris, somos apresentados para Paul
Marnac (novamente Paul Naschy), que se muda para o interior justamente para
preservar a saúde debilitada da bela e rica esposa Geneviéve (Julia Saly), que
tem sérios problemas cardíacos. Ao chegarem à casa de campo do casal, eles são
recebidos pela veterana governanta Mabile (Lola Gaos) e sua bela e jovem
sobrinha Julie (Pat Ondiviela). Porém, uma sucessão de eventos estranhos e
misteriosos, assassinatos violentos e traições constantes movimentam o ambiente
instaurando o horror e manchando a casa com o vermelho do sangue.
Assim como os europeus
Jesus Franco (1930 / 2013, também espanhol) e o francês Jean Rollin (1938 /
2010), realizadores muito produtivos, entre outros, com uma infinidade de
trabalhos de direção, roteiro e atuação, é inegável também registrar a
contribuição de Paul Naschy para o cinema fantástico bagaceiro. E em “Latidos
de Pánico” não faltam todas aquelas características e clichês divertidos dos
filmes de orçamentos reduzidos e história bizarras. Temos belíssimas mulheres
nuas (especialmente Silvia Miró, que interpreta Mireille, uma amante de Paul
Marnac), um assassino com luvas pretas, o casarão com atmosfera gótica, várias cenas
sangrentas com mortes dolorosas em feridas gosmentas e tripas expostas,
cadáveres putrefatos, e tudo sem a artificialidade do CGI, apenas com os
nostálgicos, trabalhosos e sempre bem vindos efeitos de maquiagem.
É verdade também que o
roteiro é extremamente previsível, onde sabemos sem esforço e com antecedência a
sucessão dos eventos, porém a mistura de horror sangrento, com família
amaldiçoada, fantasma vingativo, ganância do ser humano e conspirações, sempre desperta
o interesse e garante a diversão.
Entre os destaques, temos
o início ambientado no passado, com o sanguinário cavaleiro perseguindo uma
mulher nua pela correndo pela floresta desesperada, as várias mortes sangrentas
(principalmente os ataques com a arma medieval mangual, que rasga a carne e dilacera
os ossos de suas vítimas), e o desfecho passado no interior de uma igreja,
também carregado de muita violência.
(Juvenatrix – 21/12/16)
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