Assim como os tubarões, os crocodilos
também são maltratados pelo cinema fantástico bagaceiro, com muitos filmes
ruins que contribuem para denegrir a imagem desses répteis.
É curioso mencionar como os
realizadores da indústria de cinema são oportunistas e preguiçosos, pois
existem várias franquias completamente desnecessárias, com muitos filmes todos
iguais e com uma ideia central clichê tão explorada que não tem mais potencial
para manter o assunto. Filmes interessantes e com bons elencos como “Anaconda”
(1997) “Pânico na Floresta” (Wrong Turn, 2003) e “Pânico no Lago” (Lake Placid,
1999), estes últimos com seus péssimos títulos nacionais com a palavra “pânico”
(graças à preguiça e falta de criatividade das distribuidoras brasileiras),
não deveriam ter sequências. Pois todas as suas infindáveis continuações não
passaram de pequenas variações da mesma história, e agregaram pouco ou quase
nada aos respectivos universos ficcionais.
Sendo assim, é inevitável que o
interesse do espectador se perca no meio de tanta porcaria, ficando muito
difícil acompanhar as enormes franquias com filmes tranqueiras, até mesmo para
os apreciadores do cinema fantástico bagaceiro.
O quarto episódio de “Pânico no
Lago”, agora com o subtítulo “O Capítulo Final”, lançado em 2012 com direção de
Don Michael Paul, copia a mesma ideia de “Sexta-Feira 13 – Parte 4” (1984) ao utilizar o mesmo
subtítulo. Sendo que ambas as intermináveis franquias também não pararam por aí
como anunciavam no título.
O roteiro de David Reed (que também
escreveu a parte 3) não inova e mantém todos os mesmos clichês. O lago onde
vivem os imensos crocodilos assassinos comedores de gente está agora isolado
por uma cerca elétrica construída por um engenheiro do exército, Loflin (Paul
Nicholls). Os imensos répteis são únicos e raros e ao invés de serem
eliminados, eles são preservados para estudos, mesmo que isso signifique o
risco de mais mortes acidentais com humanos incautos. Os problemas novamente surgem
depois que um ônibus com estudantes adolescentes e integrantes da equipe
escolar de natação, entra por engano num dos portões da cerca elétrica, levando
os jovens ao seu destino como comida para os crocodilos.
Para combater os monstros e tentar
resgatar os estudantes, temos a xerife local, Giove (a bela alemã Elisabeth
Röhm), auxiliada pela caçadora e agente do governo Reba (Yancy Butler), uma
mulher metida à Rambo e sobrevivente do filme anterior, que adora portar uma
arma, atirar em crocodilos e fazer piadas idiotas. Entre os adolescentes
acéfalos destinados a fornecer suas carnes para a dieta dos répteis, estão a apreciadora
de livros e filha da xerife, Cloe (Poppy Lee Friar), sua amiga Elaine (Caroline
Ford), e o amigo e interesse romântico Drew (Daniel Black). Além de Max
(Benedict Smith), filho do engenheiro responsável pela cerca e que trabalha como
vigia do portão. E para complicar as ações de resgate temos um caçador
inescrupuloso, Jim Bickerman (o veterano Robert Englund, eternamente associado
ao vilão Freddy Krueger, da série “A Hora do Pesadelo”). Ele tem interesse no
DNA dos crocodilos como forma de obter dinheiro ilegal e possui relações com a
família que vivia no lago e iniciou toda a história com esses répteis
carnívoros.
Nessa parte 4 de “Pânico no Lago”
temos muitas mortes sangrentas, com pessoas sendo rasgadas pelos dentes afiados
e fornecendo suas carnes e ossos para serem devorados pelos crocodilos
famintos. Mas, os efeitos de CGI tornam tudo muito artificial, diminuindo o
impacto de violência nas cenas de ataques. Os personagens são todos patéticos e
o elenco é inexpressivo, exceto talvez pelo carismático Robert Englund no papel
do vilão e que deve ter aceitado participar para ajudar a pagar as contas, ou
talvez para se divertir um pouco em seu final de carreira. E boa parte de nossa
tolerância com a sua participação se deve aos bons e nostálgicos tempos de
Freddy Krueger.
Apenas como curiosidade catalográfica,
a série “Pânico no Lago” tem 5 filmes. O original foi lançado em 1999 e tem um
elenco expressivo com Bill Pullman, Bridget Fonda, Oliver Platt
e Brendan Gleeson. Depois foram lançadas as continuações em 2007 (parte 2),
2010 (parte 3) e 2015 (parte 5), sendo que esta foi chamada de “Pânico no Lago:
Projeto Anaconda” (Lake Placid vs. Anaconda), com o crossover entre o crocodilo
gigante com a cobra de tamanho descomunal da série “Anaconda”. Só comprovando
que os realizadores oportunistas não estão interessados em boas histórias e sim
apenas em tentar obter algum lucro, mesmo que pequeno, utilizando nomes que de
alguma forma já fazem parte da cultura popular.
(Juvenatrix – 15/11/16)
Em resumo: não percam tempo assistindo, pois é uma merda!
ResponderExcluirEsses filmes ou me fazem rir ou me deixam extremamente aborrecidos... E pior é que eu ainda arrisco para descobrir até onde vai a ruindade cinematográfica que a humanidade pode produzir! (E claro, no final, ter raiva por ter desperdiçado uma hora e meia de vida assistindo tranqueiras desse nível)
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