“Dracano” ou “Dragon Apocalypse” é mais um
daqueles típicos filmes ruins exibidos no canal de TV a cabo “SyFy”, com um
roteiro péssimo, elenco inexpressivo e efeitos especiais em CGI vagabundo, que
são as características principais do que costumo chamar de “cinema fantástico
bagaceiro do século XXI”.
Na história, um casal de cientistas, Simon
Lowell (Corin Nemec) e a namorada Carla Simms (Victoria Pratt), trabalham
juntos numa faculdade com um projeto intitulado “Kronos”, estudando as
atividades de vulcões com uma tecnologia experimental instalada no Monte Baker,
no Estado americano de Washington. Entre os objetivos estão a detecção prévia
de erupções, minimizando a ação de desastres, e a conversão da lava vulcânica
em energia limpa. Ainda tem a adolescente Heather Lowell (Mia Faith), filha do
cientista, que está sempre acompanhando o trabalho do pai. Porém, um acidente
faz com que a faculdade cancele o apoio e os cientistas tornam-se alvos de
perseguição, tentando provar que o projeto não tem responsabilidade numa
erupção que dizimou muitas pessoas. Em paralelo, ficamos sabendo que os vulcões
escondem por séculos casulos em seu interior que abrigam criaturas aladas
carnívoras, um fato que já é de conhecimento do governo americano há muito
tempo e que tem sido mantido oculto da população, numa típica conspiração, por
não saberem como combater a ameaça. Depois que uma infestação de dragões invade
os céus em busca de alimento, com os humanos no cardápio, o exército, com as
ações lideradas pelo austero General Hodges (Troy Evans), auxiliado pelo
Coronel Maxwell (Robert Newman), localiza o cientista Lowell para tentarem
utilizar seus conhecimentos como especialista em vulcanologia e o projeto
“Kronos” e impedir o apocalipse dos dragões.
O
mais importante em qualquer filme é contar uma boa história. Se o roteiro for
interessante, a diversão já é garantida, e o restante, como efeitos especiais e
a produção em geral, tornam-se apenas complementos de importância menor. Mas,
se a história é ruim, cheia de clichês e absurdos, é muito difícil criar uma
empatia, por menor que seja, com o filme.
Em “Dracano”, dirigido por Kevin O´Neill (cujo
currículo é maior na área de efeitos especiais), a história é patética, com
personagens fúteis, piadas ridículas, monstros artificiais em péssima
computação gráfica que não convence, e um desfecho previsível e extremamente
banal. Tem o cientista injustiçado que salva o mundo, a adolescente acéfala que
torcemos inutilmente para virar comida dos monstros, e os militares calculistas
metidos a heróis e que acham que a solução é destruir o inimigo com violência
não se importando em explodir a ameaça com uma bomba nuclear.
A única pergunta que fica é como os
produtores e toda a equipe envolvida, de técnicos aos atores, conseguem
encontrar um mínimo de motivação para fazerem um filme tão descartável e que
cujo lugar é o inevitável limbo eterno das produções esquecidas.
(Juvenatrix – 15/03/16)
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