terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Viagem ao Centro da Terra (Journey to the Center of the Earth, EUA, 1959)

 


“Sabemos menos sobre a Terra em que vivemos, do que sobre estrelas e galáxias do espaço sideral – Prof. Oliver Lindenbrook, sobre o desafio de exploração do nosso próprio planeta

 

O escritor francês Jules Verne é muito conhecido por suas populares histórias de aventura com elementos de ficção científica e fantasia, como por exemplo “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, “20 Mil Léguas Submarinas”, “Da Terra à Lua”, e outras. De sua brilhante mente saiu também a história divertida e escapista “Viagem ao Centro da Terra” (Journey to the Center of the Earth), que recebeu inúmeras versões e adaptações para o cinema. A principal é de 1959, produzida pela “Twentieth Century Fox”, dirigida por Henry Levin e com James Mason, Pat Boone, Arlene Dahl e Diane Baker no elenco.

Com história ambientada no século XIX, o professor escocês Oliver Lindenbrook (James Mason), da universidade de Edimburgo, seguindo seus instintos de cientista em busca de conhecimento após encontrar um objeto manufaturado dentro de um pedaço de lava transformada em rocha, decide organizar uma expedição com destino ao centro da Terra. Viajando ao interior do planeta através de uma abertura localizada num vulcão extinto na Islândia, uma passagem secreta descoberta muitos anos antes por um lendário explorador local chamado Arne Saknussemm, um especialista em vulcões que desapareceu misteriosamente.

A expedição formada por Lindenbrook ainda conta com a companhia do jovem estudante Alec McEwan (Pat Boone), namorado da sobrinha do professor, Jenny Lindenbrook (Diane Baker). E o time é completado pela senhora Carla Goteborg (Arlene Dahl), viúva de outro cientista rival na corrida ao centro da Terra, e o ajudante Hans Belker (Peter Ronson, em seu único trabalho no cinema), um islandês alto e forte, importante como carregador dos acessórios para a exploração. O filme tem muitos elementos de humor, principalmente nas cenas envolvendo Gertrude, a pata de estimação de Hans, que acompanha seu dono na jornada.

Em paralelo, na disputa pelo reconhecimento das novas descobertas no interior do planeta, temos também o cientista Conde Saknussemm (Thayer David), que organiza sua própria expedição secreta, agindo de forma inescrupulosa e desonesta, com conspirações e sabotagens para conseguir a fama e os lucros das descobertas científicas.

Durante o arriscado trajeto por dentro da crosta terrestre, eles enfrentam diversos perigos como deslizamentos, terremotos, inundações e ataques de répteis carnívoros gigantes. Mas, também encontram cenários de imensa beleza natural como cavernas com cristais de quartzo e algas luminescentes nas paredes, minas de areia, florestas com cogumelos gigantes comestíveis, uma praia com oceano subterrâneo, culminando ainda com a descoberta dos escombros da lendária cidade perdida de Atlântida.

“Viagem ao Centro da Terra” tem uma duração longa, com 129 minutos, porém é divertido o tempo todo com uma típica aventura recheada de elementos fantásticos e efeitos especiais grandiosos e convincentes, principalmente pela época da produção, no final doas anos 50 do século passado. Sem a tecnologia de computação gráfica para a criação dos monstros, foram utilizados animais vivos (lagartos, iguanas e camaleões) para simular os dimetrodontes e outros répteis, caminhando sobre cenários em miniatura, com a perspectiva de filmagem por baixo, dando a sensação de serem monstros gigantescos ameaçadores.

O filme foi lançado em DVD por aqui pela “Fox”, com a opção da dublagem clássica da exibição na televisão, na saudosa “Sessão da Tarde” da TV Globo, numa época que eram exibidos filmes divertidos como “A Guerra dos Mundos” (1954), “A Máquina do Tempo” (1960), “O Mundo Perdido” (1960), “Viagem Fantástica” (1966), “Planeta dos Macacos” (1968) e muitos outros similares. Foi uma experiência extremamente nostálgica rever o filme com a dublagem original, com vozes reconhecidas que ficaram eternizadas em nossa imaginação pelos filmes e séries que assistíamos nos anos 70 e 80.      

 

(Juvenatrix – 29/12/20)






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