Para os
apreciadores dos antigos filmes bagaceiros de ficção científica e horror da
década de 1950 (principalmente), um filme que sempre é lembrado por suas
características que moldaram o sub-gênero de invasão alienígena é “Invasion of the Saucer Men”. Tem o
tradicional disco voador pousando numa floresta perto de uma pequena cidade
americana, os alienígenas pequenos com cabeças enormes e olhos esbugalhados,
ameaçadores e hostis para a humanidade, e as ações (nesse caso incompetentes)
da polícia local e principalmente do exército em ocultar as evidências para não
criar pânico.
O filme foi distribuído
em 1957 pela cultuada “American International”, da dupla de especialistas James
H. Nicholson e Samuel Z. Arkoff. Com fotografia em preto e branco, a direção é de
Edward L. Cahn, que também foi o responsável por diversas outras tosquices
divertidas do período como “O Cadáver Atômico” (55), “O Fantasma de Mora Tau”
(57) e “Invasores Invisíveis” (59). Curto com apenas 69 minutos, seu roteiro
tem muitos elementos de humor interagindo com os momentos de horror e sua ideia
básica de FC fuleira, baseado na história “The Cosmic Frame”, de Paul W.
Fairman.
Um jovem casal
de namorados, Johnny Carter (Steven Terrell) e Joan Hayden (Gloria Castillo),
vão de carro para um local conhecido como parada tradicional para namorar e
beber cerveja, localizado dentro da propriedade do fazendeiro Larkin (Raymond
Hatton), que não gosta da invasão dos intrusos e dos restos de cerveja jogados
no campo e que são consumidos depois por seu touro de estimação. Quando os
jovens decidem retornar para a cidade, atropelam acidentalmente um pequeno
alienígena que acabara de chegar com sua nave espacial em forma de disco
voador.
A partir daí,
inicia-se uma série de confusões depois que dois sócios oportunistas e
interessados em ganhar dinheiro de qualquer forma, Joe Gruen (Frank Gorshin) e
Artie Burns (Lyn Osborn), se envolvem com a descoberta da nave e seus ocupantes
cabeçudos, que emitem ruídos estranhos e possuem garras nas mãos que injetam
álcool nas suas vítimas. Para aumentar o tumulto, ainda tem o exército
atrapalhado, que tenta esconder a nave e ocultar a invasão, em ações lideradas
pelo Coronel Ambrose (Sam Buffington) e o Tenente Wilkins (Douglas Henderson).
“Invasion of the
Saucer Men” é o exemplo típico do cinema bagaceiro de ficção científica que
diverte com suas inúmeras bobagens, em histórias ingênuas e exageradas na
fantasia, representando o período conturbado da década de 1950, com a paranoia
de invasão alienígena depois do famoso incidente ufológico em 1947 na cidade
americana Roswell.
O disco voador é
uma maquete tosca (numa época sem computação gráfica), os alienígenas invasores
são interpretados por atores anões vestindo roupas e máscaras de borracha, com
imensas cabeças e olhos esbugalhados, encarnando o típico estereótipo criado
pelo cinema para esses seres hostis vindos de outros mundos. A história é
simples e sem profundidade, não há explicações sobre o disco voador e os
extraterrestres, eles apenas vieram e são ameaçadores. Tudo é tratado de forma superficial
e conveniente para os baixos custos da produção, com diálogos rasos e situações
previsíveis. Mas, o resultado final é pura diversão para quem aprecia o cinema
fantástico bagaceiro.
Curiosamente, tanto
a nave espacial quanto a maquiagem dos alienígenas foram confeccionados pelo
técnico em efeitos especiais Paul Blaisdell (1927 / 1983), que trabalhou para
vários outros filmes similares na época, marcando seu nome no gênero. E foi
lançada uma refilmagem em 1965 com o título “The Eye Creatures”, dirigido por
Larry Buchanan.
(Juvenatrix – 29/04/18)
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