Entre 1996 e 1997 foi
exibida na TV Bandeirantes a lendária sessão de cinema de horror “Cine Trash”,
apresentada por “Zé do Caixão”. Entre as dezenas de filmes, “A Filha de Sarah”
(Sarah´s Child, 1994), com direção de Ron Beckstrom, é um thriller sonolento
que conta a história de uma mulher infértil e obcecada para ser mãe. Também foi
lançado em vídeo VHS por aqui pela “Company”.
Sarah LaMere (Mary Parker
Williams) é casada com Michael (Michael Berger) e eles decidem se mudar de uma
cidade grande para uma pequena, morando de aluguel numa bela casa de
arquitetura antiga, de propriedade da Sra. Margareth Franklin (Ruth Hale). Sarah
é pintora de aquarelas e seu marido é um agente de seguros de carros, que abre
um escritório na cidade representando uma grande empresa. O casal vive bem e é relativamente
feliz, porém Sarah deseja ter filhos para aumentar a família e uma vez não
tendo sucesso em seus planos, fica desesperada ao descobrir que sofre de
infertilidade.
Seu relacionamento com o
marido começa a se desgastar pela dificuldade em aceitar a impossibilidade de
gerar filhos e as coisas complicam ainda mais depois que surge entre eles uma
misteriosa criança chamada Melissa (Meagen Addie), que tem um comportamento
estranho, não fala, não se sabe de onde veio e freqüenta a casa conturbando o
ambiente, principalmente depois da ocorrência de acidentes mal explicados com o
cachorro de estimação e com a Sra. Franklin. Sarah foi educada de forma rígida
e religiosa aprendendo que a missão da mulher é procriar, e sua condição de
infertilidade interfere em sua percepção da realidade mergulhando num pesadelo de
insanidade, mesmo com as tentativas de ajuda do marido e apoio médico do
psiquiatra Dr. Perry (Bryce Chamberlain).
“A Filha de Sarah” tem
uma hora e meia de duração que se arrasta num ritmo lento e história pouco
inspirada que não consegue manter o interesse do espectador. Os elementos de
horror são muito sutis, representados pela figura misteriosa da criança que
surge para influenciar no clima de tensão crescente entre o casal sem filhos. As
poucas coisas que poderiam gerar algum interesse, na exploração de um mistério,
demoram tanto para acontecer e ainda mais com um resultado tão trivial, que
qualquer tentativa de apresentar elementos supostamente sobrenaturais perde seu
efeito. E não poderíamos deixar de citar uma tentativa de humor forçado
totalmente fora de contexto, envolvendo um enfermeiro patético que dança e faz
palhaçadas no hospital onde Sarah fica internada. A cena tem um resultado
estranho que não se encaixa na história.
(Juvenatrix –29/05/17)
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