segunda-feira, 29 de maio de 2017

A Filha de Sarah (Sarah´s Child, EUA, 1994)


Entre 1996 e 1997 foi exibida na TV Bandeirantes a lendária sessão de cinema de horror “Cine Trash”, apresentada por “Zé do Caixão”. Entre as dezenas de filmes, “A Filha de Sarah” (Sarah´s Child, 1994), com direção de Ron Beckstrom, é um thriller sonolento que conta a história de uma mulher infértil e obcecada para ser mãe. Também foi lançado em vídeo VHS por aqui pela “Company”.
Sarah LaMere (Mary Parker Williams) é casada com Michael (Michael Berger) e eles decidem se mudar de uma cidade grande para uma pequena, morando de aluguel numa bela casa de arquitetura antiga, de propriedade da Sra. Margareth Franklin (Ruth Hale). Sarah é pintora de aquarelas e seu marido é um agente de seguros de carros, que abre um escritório na cidade representando uma grande empresa. O casal vive bem e é relativamente feliz, porém Sarah deseja ter filhos para aumentar a família e uma vez não tendo sucesso em seus planos, fica desesperada ao descobrir que sofre de infertilidade.
Seu relacionamento com o marido começa a se desgastar pela dificuldade em aceitar a impossibilidade de gerar filhos e as coisas complicam ainda mais depois que surge entre eles uma misteriosa criança chamada Melissa (Meagen Addie), que tem um comportamento estranho, não fala, não se sabe de onde veio e freqüenta a casa conturbando o ambiente, principalmente depois da ocorrência de acidentes mal explicados com o cachorro de estimação e com a Sra. Franklin. Sarah foi educada de forma rígida e religiosa aprendendo que a missão da mulher é procriar, e sua condição de infertilidade interfere em sua percepção da realidade mergulhando num pesadelo de insanidade, mesmo com as tentativas de ajuda do marido e apoio médico do psiquiatra Dr. Perry (Bryce Chamberlain).
“A Filha de Sarah” tem uma hora e meia de duração que se arrasta num ritmo lento e história pouco inspirada que não consegue manter o interesse do espectador. Os elementos de horror são muito sutis, representados pela figura misteriosa da criança que surge para influenciar no clima de tensão crescente entre o casal sem filhos. As poucas coisas que poderiam gerar algum interesse, na exploração de um mistério, demoram tanto para acontecer e ainda mais com um resultado tão trivial, que qualquer tentativa de apresentar elementos supostamente sobrenaturais perde seu efeito. E não poderíamos deixar de citar uma tentativa de humor forçado totalmente fora de contexto, envolvendo um enfermeiro patético que dança e faz palhaçadas no hospital onde Sarah fica internada. A cena tem um resultado estranho que não se encaixa na história.
(Juvenatrix –29/05/17)

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