A produtora “The Asylum” costuma
lançar cópias porcarias de filmes feitos com orçamentos milionários nos cinemas,
sendo o destino o mercado de televisão e vídeo. São os chamados “mockbusters”, filmes
apenas oportunistas e muito ruins, principalmente os elencos e roteiros.
Em resposta a “Independence Day – O
Ressurgimento”, continuação do filme de 1996 sobre invasão alienígena, a
produtora lançou “Dia dos Independentes” (que também recebeu o nome por aqui de
“O Ultimato” quando exibido pelo canal de TV a cabo “SyFy”). A direção
inexpressiva é de Laura Beth Love, mais conhecida pela fotografia de uma
infinidade de tranqueiras modernas como as partes 3 e 4 da franquia
“Sharknado”, onde tubarões se locomovem através de tornados e atacam as grandes
cidades americanas.
A história é tão ruim que nem merece
uma sinopse detalhada, e sim apenas uma abordagem bem superficial. O filme já
começa com imensas naves espaciais surgindo em vários locais do mundo. Não
sabendo se as intenções dos visitantes são pacíficas ou não, o exército
americano tenta uma comunicação através de uma equipe liderada pela
vice-presidente Raney (Fay Gauthier). Ela é auxiliada pelo General Roundtree
(Sal Landi, creditado como Salvatore Garriola), o Capitão Goddard (Johnny Rey
Diaz, creditado como Jonathan Ortiz), o Senador Randall Rayne (Jon Edwin
Wright, creditado como Jon Wright), que é o marido da presidente, e pelo agente
Taylor (Jude Lanston).
Eles tentam negociar com os
alienígenas invasores, que querem a evacuação do planeta oferecendo de forma
suspeita naves de transporte para a retirada da humanidade. Porém, uma milícia
armada chamada “Terra Primeiro” oferece uma resistência gerando um confronto
sangrento com os invasores do espaço.
Pela falta de criatividade onde o que
interessa é copiar, temos aqui a já conhecida cena da Casa Branca sendo
destruída pelos alienígenas, matando o presidente americano, obrigando a vice a
assumir o cargo. E temos também aquelas frases banais e ridículas que só
depreciam ainda mais o filme, como “é hora de explodir mais alguns ET´s, a
gente vai resistir até a morte” e “esses desgraçados de alienígenas mexeram com
o planeta errado”. Nada mais patético do que evidenciar o heroísmo americano
como salvador da Terra e a única esperança da humanidade.
O elenco é desconhecido e é difícil
imaginar como os atores encontram algum tipo de motivação para participar da
realização de algo tão inexpressivo. O filho da presidente, Bobby (Mathew
Poalillo), é um personagem extremamente irritante e chorão, e o ator medíocre
ainda consegue tornar as coisas ainda piores. Sabemos que os efeitos de CGI são
necessários em filmes de invasão alienígena, com naves rasgando o céu e
tiroteios para todos os lados, e então podemos até tolerar essa questão em “Dia
dos Independentes”, mas o grande problema mesmo é a história reciclada e
totalmente previsível, que não desperta interesse.
Os filmes bagaceiros dos anos 50 do
século passado, com suas histórias absurdas e muitas delas ingênuas, são
eternamente mais divertidos justamente pelas características toscas de um
cinema produzido dezenas de anos atrás. Mas, esses filmes do início do novo
século produzidos pela “The Asylum” são difíceis de digerir até mesmo para os
apreciadores do cinema fantástico bagaceiro, principalmente pelos roteiros de
péssima qualidade. Se essas porcarias um dia se tornarão cultuadas só o tempo
dirá, mas o que é certo é que o espectador precisa ter muita tolerância para
conseguir assistir um filme desses até o fim, sabendo antecipadamente que será
um desperdício de tempo.
Imediatamente após seu lançamento, o
filme já faz parte do limbo dos esquecidos e dispensáveis, e está no cemitério
das tranqueiras que não agregam nada ao gênero. Passe longe ou tente assistir
apenas para conhecer as bagaceiras da produtora “The Asylum”.
(Juvenatrix – 19/09/16)
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